quarta-feira, 20 de agosto de 2008

UM POEMA À LUCRÉCIA

Vejo em ti Lucrécia

Vejo em ti, negra guerreira
Vejo em ti,
A liberdade do espirito oprimido
Na mulher sem voz e sem vez

Vejo em ti, negra deusa
Vejo em ti,
A coragem, a força e a virtude
Do homem forte e cobarde

Vejo em ti, negra mulher
Vejo em ti,
A fé e a esperança do fraco
Que no limite e no túnel se consola

Vejo em ti, negra linda
Vejo em ti,
O delírio da glória e o chora da alegria
Que no vento escreve a sua história

Vejo em ti, negra minha
Vejo em ti,
Um amanhã sonante e solar
Um amanhã de igualdade e de luar

Vejo em ti mulher, a mulher
Vejo em ti, a fêmea
A musa escondida na mulher
E o ser no infinito voo da busca

Vejo em ti, negra Lucrécia
Vejo em ti
O regresso dos navios negreiros
Que no cativeiro não resistiram a fúria

Vejo em ti, negra dominadora
Vejo em ti,
O poder da voz redentora
O poder da voz profética e libertadora

Vejo em ti, negra Lucrécia
Vejo em ti, fêmea,
A consumação dos tempos de opressão
E o jubilo da mulher livre e amada

Vejo em ti, negra mãe
Vejo em ti, mãe,
O amanhã da minha filha preta
Que nos teus olhos descobre a estrela

Vejo em ti, negra guerreira
A vitória, vejo em ti a vitória

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