quarta-feira, 11 de junho de 2008

SUBDESENVOLVIMENTO EM ALTA


O crescimento económico dos países africanos de língua oficial portuguesa deverá acompanhar o abrandamento global do desempenho do continente, que cairá de 6,3 por cento este ano para 5,6 por cento em 2009, segundo o Banco Mundial.
Nos termos do relatório "Desenvolvimento Global", terça-feira divulgado pelo Banco Mundial (BM) à margem da conferência anual da organização dedicada ao desenvolvimento (ABCDE), a decorrer de segunda a quarta-feira na Cidade do Cabo, África do Sul, o crescimento económico em Moçambique descerá de 7,2 por cento em 2008, para 6,7 por cento em 2009 e 6,6 por cento em 2010.
Em Cabo Verde a tendência será semelhante: 7,1 por cento de crescimento este ano, 6,9 por cento em 2009 e 6,4 por cento em 2010.Angola terá, nas previsões do BM, a queda mais acentuada, passando de uma previsão de crescimento de 25,4 por cento este ano para 6,7 por cento em 2009, voltando a subir para 10,2 por cento em 2010 - oscilação que, de acordo com Hans Timmer, co-autor do relatório, reflecte quase integralmente o desempenho da produção petrolífera".
A Guiné-Bissau será o único país lusófono africano a crescer, embora timidamente, nos próximos anos, de acordo com o BM: 2,9 por cento em 2008, 3,3 por cento em 2009, 3,4 por cento em 2010.No relatório, o BM realça que a taxa e crescimento prevista para o continente africano em 2008, 6,3 por cento, é, ainda assim, "a mais elevada em 38 anos" - mesmo o crescimento previsto para 2010, 5,9 por cento, está "ligeiramente acima da média dos últimos cinco anos".
A resistência dos países africanos - e, genericamente, dos países em desenvolvimento - ao mais pronunciado abrandamento económico global está relacionado com o facto de terem alcançado "fundamentais económicos mais saudáveis" e de estarem pouco expostos à crise no sistema financeiro internacional originada nos Estados Unidos.
Entre os riscos para as economias africanas, o BM destaca as "pressões inflacionistas" identificadas para 2008, face à escalada internacional no preço dos alimentos e do petróleo.
(macauhub) - 11.06.2008

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