quarta-feira, 4 de junho de 2008

AFRICA E A RAIZ DOS SEUS PROBLEMAS

Texto Publicado na minha coluna no Jornal Escorpiao, semana passada.

Noa relevem a falta de acentos...

 

O Continente africano, embora quase todo ele em paz, debate-se com um grave e agudo problema, que tanto as lideranças politicas quanto as religiosas e ate os académicos procuram esconder, como se com a peneira se pudesse esconder o sol.

Um pouco por todo o continente acompanham-se tumultos, revoltas, massacres, linchamentos e verdadeiros holocaustos dirigidos por populares que normalmente são chamados de rebeldes, criminosos, marginais e quase sempre rotulados de estarem a ser manipulados por forcas externas.

A onda de violência levantada por sul africanos contra seus concidadãos africanos, mostrou-se ao lado da onda de violência no Zimbabwe, de manifestacoes e linchamentos em Moçambique e de mortes no Quénia como um dos mais altos sinais de que África precisa chamar os seus problemas como seus respectivos nomes.

A xenofobia não 'e um fenómeno somente africano, como alguns pretendem pregar ao dizer que mesmo sem o apartheid os africanos não podem viver de forma harmoniosa. O ódio, a guerra e sede de derramar sangue do outro, o sangue daquele que por algum motivo 'e diferente, constituem situacoes que sempre acompanharam os homens ao longo da historia.

Contudo, mesmo ao lado dos mais variados avisos e previsões feitos por pessoas atentas e que racionalmente acompanham a evolucao da historia, África mostra-se cada vez mas renitende em aceitar os seus problemas, bem assim mais distante de encontrar as solucoes mais apropriadas.

Nota-se nos actuais disrcursos dos principais actores políticos, académicos e religiosos de que as nacoes africanas estão cada vez mais tranquilas e sem conflitos. Esta constitui a primeira maior mentira, assim como o primeiro maior desvio na busca de solucoes para os problemas africanos.

O problema de África não 'e a legislacao, o facto da lesgislaco ser mais dura ou menos dura não vai tornar as sociedades mais pacificas e mais harmoniosas. Não 'e uma legislacao que aboli o apartheid, que põe termino ao ódio racial ou que desistrutura as desigualdades sociais.

O convívio pacifico e harmonioso das sociedades parte de uma libertacao interna, de uma libertacao centrada na mente e no espírito da pessoa, sendo que uma mente ou um espírito realmente livre dos vícios e dos males jamais se predispõe a ele mesmo constitui-se como diz Hobbes, um lobo para o outro.

A realidade prova que a legislacao aboliu o apartheid na África do sul mas que os cidadãos continuam debaixo do jugo da opressão social, das desigualdades e açoitados pela pela lei do mais forte, do mais esperto e do mais velho.

A realidade mostra que o acordo de paz que pos termino a guerra civil em Moçambique e em Angola, não foi capaz de trazer paz aos cidadso desses países que, anos depois, continuam vitimas da miséria, da pobreza e da injustiça social.

A realidade mostra que as eleicoes democráticas, que se pretendem livres e justas, os princípios constitucionais, que se acreditam serem a mãe da nacao, não foram capazes de garantir que Zimbabwe e Quénia, tivessem um período pos eleitoral maioritariamente aceite pelos cidadãos.

Vivemos um período em que os interesse prosseguidos pelos principais actores políticos, económicos e culturais não representam a vontade da maioria. África não quer aceitar que vive um período em que os seus governos não são legitimados pelo poder constituinte que 'e o povo.

As experiencias vividas em maior dos países africanos, mostram um cenário em que os governantes caminham para o sul e os cidadãos para o norte. Embora as principais instituicoes financeiras de cooperacao na maior parte dos países africanos propaguem em relatórios um crescimento económico generalizado, esquecem elas mesmas de apresentar o valor da divida que 'e acomulada e recusam-se de responsabilizar os maus gestores da coisa publica.

Os maiores problemas de África ainda residem na ambicao imperialista e capitalista de certas minorias que ao lado do poder e parceiros económicos ridicularizam o choro, o clamor e o sofrimento do povo africano.

Os maiores problemas de África residem na mentira dos governantes que não querem aceitar que não haverá paz enquanto o povo, extremamente miserável e excluído, assiste o enriquecimento rápido e ilícito de certas minorias ligadas ao poder e ao saber.

O povo africano pode ser analfabeto mas não 'e burro. Pode não conhecer a origem dos seus problemas mas ele sente as consequências. Pode não ser capaz de visualizar o futuro mas percebe a insegurança que prevalece para si, para seus filhos e filhos de seus filhos. Os sul africanos, pecebem muito bem que o legado do apartheid continua vivo e forte.

Hoje os sul africanos, percebendo que a sua situacao economica jamais melhorou, mesmo com o fim do apartheid, buscou nos seus semelhantes negros um bode expiatório. Mais do que pregar o mesmo discurso, os governantes deviam aceitar a situacao a corrigi-la, porque se as desigualdades sociais prevalecerem e as oportunidade nunca existirem para o povo, novos bodes expiatórios serão inventados.

Como bem diz o ditado: "numa casa com fome todos ralham e ninguém tem razão", receio que nesse nadar o continente seja capaz de parar com a onda de violência que na actualidade o caracteriza. Receio que se as politicas publicas para a educacao, para a saúde, para o emprego, para habitacao e direito a alimentacao adequada não forem inclusivas e participativas, a África nunca venha a experimentar a paz, a tranquilidade e a harmonia.


11 comentários:

Anónimo disse...

Amigo Custódio,

não lhe disse eu uma vez que o africano ainda está demasiado centrado em seu próprio umbigo pra se consciencializar ou sensibilizar com os problemas alheios?
custódio! a quem interessaria rotular os problemas com os respectivos nomes? OS GOVERNANTES AFRICANOS? ISSO NUNCA!!! aos governantes interessa sim, camuflar a verdadeira origem dos problemas, pois só assim servirão os remédios paliativos, superficiais, que camuflam os verdadeiros sintomas enquanto a estrutura se corroi profundamente para benefício das elites.
finalmente, sinto que estamos acertando o passo, uhrah!!! que alegria pra mim, sinto que já concordas comigo em muitos aspectos.

um abração, amigo

Unknown disse...

Realmente concordamos em grande amigo

Fico Feliz por isso, embora acredite que muitas vezes a concordancia leve a estagnacao.

Por uma africa mais justa, e paz e amor vamos lutar.

Sempre

Anónimo disse...

OH amigo custódio!
porque razão acha que guanazi é um homem? é um nome feminino, e sou mulher.

nem sempre a concordância leva á estagnação. ás vezes é um somar de esforços que pode levar a grandes alturas não acha?

Unknown disse...

Ola,

Perdao por ler Guanazi e pensar em um homem. 'E que nao percebo o termo e nem imagino em que lingua se encontra, dai o engano. Gosto de nomes tipicos e na verdade eu tambem tenho um que normalmente nao uso.

Fico feliz em saber que 'e mulher. Nessa coisa de blogs ha que nem uma discriminacao de genero, nao sei se por auto exclusao ou por serem ignoradas, a participacao delas 'e muito fraca, quase cosmetica. E voce faz a diferenca.

Digo participar nao so em termos de visitar, mas reflectir nos blogs com quem escreve. Voce tem ideias firmes e acima de tudo tem uma visao sobre si sobre o pais e ainda sobre africa e o mundo.

Para falar serio nao tenho a menor ideia de quem se trata a Guanazi, sei que primeiro esteve em anonimato e agora aparece super Guanazi. em todo o caso estou muito feliz em poder dialogar contigo aqui.

Amanha terei um encontro com um amigo na Bahia em Salvador. Ele 'e um paniafricanista de verdade e estaremos discutindo sobre o futuro do Continente. Deviam estar nesse encontro pessoas como voce. E quer saber? Ele convidou me a partir de reflexoes aqui do blog que na verdade sao alinhadas pelos leitores.

Bjos de bom dia e optimo trabalho (se estiver trabalhando)

Sempre

Unknown disse...

Ola,

Perdao por ler Guanazi e pensar em um homem. 'E que nao percebo o termo e nem imagino em que lingua se encontra, dai o engano. Gosto de nomes tipicos e na verdade eu tambem tenho um que normalmente nao uso.

Fico feliz em saber que 'e mulher. Nessa coisa de blogs ha que nem uma discriminacao de genero, nao sei se por auto exclusao ou por serem ignoradas, a participacao delas 'e muito fraca, quase cosmetica. E voce faz a diferenca.

Digo participar nao so em termos de visitar, mas reflectir nos blogs com quem escreve. Voce tem ideias firmes e acima de tudo tem uma visao sobre si sobre o pais e ainda sobre africa e o mundo.

Para falar serio nao tenho a menor ideia de quem se trata a Guanazi, sei que primeiro esteve em anonimato e agora aparece super Guanazi. em todo o caso estou muito feliz em poder dialogar contigo aqui.

Amanha terei um encontro com um amigo na Bahia em Salvador. Ele 'e um paniafricanista de verdade e estaremos discutindo sobre o futuro do Continente. Deviam estar nesse encontro pessoas como voce. E quer saber? Ele convidou me a partir de reflexoes aqui do blog que na verdade sao alinhadas pelos leitores.

Bjos de bom dia e optimo trabalho (se estiver trabalhando)

Sempre

Unknown disse...

Ola,

Perdao por ler Guanazi e pensar em um homem. 'E que nao percebo o termo e nem imagino em que lingua se encontra, dai o engano. Gosto de nomes tipicos e na verdade eu tambem tenho um que normalmente nao uso.

Fico feliz em saber que 'e mulher. Nessa coisa de blogs ha que nem uma discriminacao de genero, nao sei se por auto exclusao ou por serem ignoradas, a participacao delas 'e muito fraca, quase cosmetica. E voce faz a diferenca.

Digo participar nao so em termos de visitar, mas reflectir nos blogs com quem escreve. Voce tem ideias firmes e acima de tudo tem uma visao sobre si sobre o pais e ainda sobre africa e o mundo.

Para falar serio nao tenho a menor ideia de quem se trata a Guanazi, sei que primeiro esteve em anonimato e agora aparece super Guanazi. em todo o caso estou muito feliz em poder dialogar contigo aqui.

Amanha terei um encontro com um amigo na Bahia em Salvador. Ele 'e um paniafricanista de verdade e estaremos discutindo sobre o futuro do Continente. Deviam estar nesse encontro pessoas como voce. E quer saber? Ele convidou me a partir de reflexoes aqui do blog que na verdade sao alinhadas pelos leitores.

Bjos de bom dia e optimo trabalho (se estiver trabalhando)

Sempre

Unknown disse...

Ola,

Perdao por ler Guanazi e pensar em um homem. 'E que nao percebo o termo e nem imagino em que lingua se encontra, dai o engano. Gosto de nomes tipicos e na verdade eu tambem tenho um que normalmente nao uso.

Fico feliz em saber que 'e mulher. Nessa coisa de blogs ha que nem uma discriminacao de genero, nao sei se por auto exclusao ou por serem ignoradas, a participacao delas 'e muito fraca, quase cosmetica. E voce faz a diferenca.

Digo participar nao so em termos de visitar, mas reflectir nos blogs com quem escreve. Voce tem ideias firmes e acima de tudo tem uma visao sobre si sobre o pais e ainda sobre africa e o mundo.

Para falar serio nao tenho a menor ideia de quem se trata a Guanazi, sei que primeiro esteve em anonimato e agora aparece super Guanazi. em todo o caso estou muito feliz em poder dialogar contigo aqui.

Amanha terei um encontro com um amigo na Bahia em Salvador. Ele 'e um paniafricanista de verdade e estaremos discutindo sobre o futuro do Continente. Deviam estar nesse encontro pessoas como voce. E quer saber? Ele convidou me a partir de reflexoes aqui do blog que na verdade sao alinhadas pelos leitores.

Bjos de bom dia e optimo trabalho (se estiver trabalhando)

Sempre

Anónimo disse...

Ah!
Querido Custódio, quanta ambilidade sua. considere-se perdoado por me ter confundido com um homem, e como não havia de fazê-lo? elevou a minha auto estima com os seus comentários sobre a minha participação no blog. E acerca do meu nome tradicional, Ngwanazi, é assim k se escreve e eu simplifico para guanazi, só sei k é bantu e foi de uma ancestral minha lá dos tempos de gungunhana.

quanto ao encontro k o panafricanista, acho k melhor representados não estaríamos, és um optimo "discípulo" de Garvey.

Sabes? nós nos conhecemos e tenho deixado pistas em meus comentários. no dia em k descobrires de quem se trata, a guanazi, vamo-nos rir á socapa e eu tou antegozando esse momento.

um abração grande amigo e breve regresso.

Anónimo disse...

Zé Pedágio

Anónimo disse...

Olá,
tenho apenas 13 anos sou uma cidadã brasileira, desde de pequena me interesso pelos problemas da África e desde sempre venho tentando me informar mais sobre, irei me formar em medicina e gostaria de ir para África e salvar nem que seja algumas crianças da África, talvez não passe de um sonho de adolescente em busca de aventura mais sinto que esse é meu destino, a África não sofre apenas de problemas de miséria e doenças mais acho que pela medicina poderei ajudar em diversos fatores, sonho um dia poder ver a África com democracia, poder ver a população feliz e orgulhosa do continente que se tornou não sei nada se comparada a você, mais o pouco que sei gostei de compartilhar, seu texto me ajudo muito a compreender algumas coisas que não estavam muito claras para mim. Agradeço por me dar mais motivação para seguir em frente e tornar meu sonho realidade.

Unknown disse...

Ola menina de 13 anos,

Podes contactar me no meu mail: custodio.duma@gmail.com

Ai podemos conversar mais sobre a materia.

Muito obrigado por gostares de Africa...'e um continente de muitos desafios. E podemos discutir sobre isto tb.

Custodio