terça-feira, 18 de dezembro de 2007

O Direito e a Sociologia


Sobre Aquilo Que Fica nas Entrelinhas

Procurarei de forma mais clara possível mostrar através de palavras simples e populares o entendimento do Direito confrontado com a Sociologia. A análise que se segue é despida de qualquer conteúdo com valor retaliador já que, como jurista e analista o meu prisma é a discussão de ideias em busca da melhor opção.
O Direito é por si um campo de conflitos. Um conjunto de conflitos que deve levar-nos a justiça. Se a justiça é um fim do direito então este é um meio.
Se o direito é um campo de conflitos, a sociologia também o é. Não estudei sociologia, mas penso que ela pode ser definida como a ciência que estuda a formação, a transformação e o desenvolvimento das sociedades humanas bem como os seus factores, todos eles. Assim, o Direito seria a ciência normativa que estabelece e sistematiza as regras necessárias parra assegurar o equilíbrio da sociedade.
As ideias acima colocadas levam-nos a concluir que o estudo das duas ciências é fundamental para a sociedade, dai por exemplo que existe uma área especifica conhecida por Sociologia Jurídica.
Embora centradas na sociedade, embora ocupadas com os conflitos sociais, as duas ciências são autónomas. A autonomia das ciências compreende-se também e principalmente nos seus princípios, ou seja, o Direito tem seus próprios princípios, assim como a Sociologia tem também os seus.
A interpretação dos fenómenos sociais, sob ponto de vista jurídico, não pode ser a mesma quando se parte da perspectiva sociológica. Dai que, normalmente, os juristas devem deixar que os sociólogos discutam as matérias de acordo com a sua hermenêutica assim como estes devem procurar no máximo evitar restringir as liberdades dos juristas quando procuram interpretar os fenómenos sociais.
A sociologia examina os fenómenos colectivos usando as suas próprias teorias e métodos, assim também, o direito usa os seus próprios mecanismos e elementos. A hermenêutica jurídica é própria e pode ofender quando aplicada pelos sociólogos na sua ciência ou quando estes procuram através da sua própria ciência de interpretação entender o que o direito pretende deixar passar.
Há uma ideia generalizada de que qualquer cientista do ramo das ciências sociais possui domínio completo de qualquer ramo social. Isso pode ser falso, o facto do sociólogo ter uma cadeira de sociologia jurídica no seu curso não o transforma em jurista nem a mesma cadeira transforma o jurista em sociólogo. Da mesma maneira, as dificuldades de perceber um ou outro serão sempre maiores, até que os dois encontrem um meio termo.
O conhecimento, a verdade, a ciência, etc., não são conceitos absolutos. Não podem ser absolutos para que não reduzam a investigação ao vazio. A ciência avança porque a ciência não é absoluta e porque os cientistas percebem da liberdade de opinião, de investigação e de conclusão, mesmo que isso não signifique concordar ou apoiar.
Percebo o Direito e a Sociologia como duas faces da mesma moeda. Contribuem para o mesmo fim e centram-se no mesmo objecto, embora cada um tenha a sua própria cara, sua própria marca e seus próprios princípios, pois, o indivíduo, embora ser social, deve pautar sua conduta em regras impostas pelo grupo em que se insere ou pelo Estado.
É verdade que onde houver sociedade haverá direito, embora o jurista não seja sociólogo nem sociólogo um jurista, como disse antes, são ambos duas faces da mesma moeda. Sem o direito a sociedade não pode ser de paz e de justiça, mesmo que a sociologia faça o seu mais perfeito trabalho, dai que a relação entre os dois deve ser sempre de reciprocidade.
Não é inteligente que sociólogos venham exigir a juristas que interpretem os fenómenos sob seu próprio ponto de vista, não vejo juristas a exigir isso dos sociólogos.
A sociologia tem seus métodos de provar a veracidade dos factos. O direito também tem os seus, a verdade deve ser dita: é necessário que os factos levantados tanto pelo sociólogo bem como pelo jurista sejam prováveis. Podem ser provados na hora em que são levantados ou a posterior, dependendo das situações.
Há vezes em que, quando levantados os factos, a pessoa que os levanta não precisa na hora trazer os elementos probatórios, ou porque estão evidentes e patentes a todos interlocutores, ou então porque ainda não se está em sede própria. O facto de não serem apresentados imediatamente, não significa que os elementos probatórios não existam.
Toda a critica social visa o bem e ela não deve ser exclusiva de uma única área do saber.
Outro ponto que também tem probabilidades de ser verdadeira e necessária é que tanto o jurista, como o sociólogo, todos tem o direito de falar e transmitir os seus sentimentos. Sejam esses sentimentos por via de críticas, desabafos ou denúncias. Tudo é permitido. O que não é permitido é insultar as pessoas ou procurar ridicularizar o que os outros fazem. Não interessa muito o nome a que a pessoa dá as suas intervenções, o que interessa é que ele percebe que é actor social e tem inclusive a obrigação de participar activamente.
A intervenção, seja em forma de crítica, desabafo, denuncia ou uma outra forma, não é um direito exclusivo de juristas e sociólogos, é um acto ou prática de cidadania, qualquer um pode fazer e deve fazer. Ninguém deve ser impedido pelo aprumo ou rigor cientifico de alguns cientistas.
A blogsfera por exemplo, não foi criada para gente altamente formada, não para adultos, não para cientistas. A blogsfera é um quintal onde todos cidadãos podem brincar a vontade, podem jogar a bola, podem dançar e saltar a corda, podem fingir de papá e mamã e até de presidentes ou astronautas. É um jardim para as crianças, é uma praia para os apaixonados, é um mercado para os negociantes, é um shopping para quem quer relaxar. Os blogs foram criados para facilitar as conversas, difundir ideias, responder perguntas, postar fotografias, queimar o tempo e fazer amigos. É um lugar onde os oportunistas fazem política, roubam e ofendem indivíduos que nem conhecem.
Os blogs não deviam ser uma floresta nem um ringue. Não são palcos de competições, não são arenas nem espaço para gladiadores.
Os blogs são também objecto de estudo da Sociologia e do Direito. É aqui onde o jurista e o sociólogo deviam reflectir sobre a missão reguladora e pacificadora das suas áreas de trabalho. É aqui onde descobririam como as diferenças podem ser benéficas.
Embora o Direito seja um campo de conflitos, deve perceber-se que esse conflito é puramente de factos, de direito e argumentos. O campo de conflitos aqui referenciado não é pessoal. Não é contra sociólogos ou outros mestres do saber é um campo de conflitos fundamentado na norma jurídica que fazem parte do Estado de Direito, onde inclusive a sociologia faz o seu trabalho de forma pacifica e as vezes também conflituosa, pois, como alguém disse, a sociologia é uma religião com muitas seitas e, por isso mesmo, nem sempre os próprios sociólogos estão de acordo.
Para terminar, é preciso dizer o seguinte: embora o direito e a sociologia sejam duas faces da mesma moeda, tem dia que o direito é ela mesma uma única moeda e nesse dia o direito é um ser que segundo alguém tem “um pé na realização da vida social e outro na organização do caos da natureza".

8 comentários:

Matsinhe disse...

Dizes: "Há vezes em que, quando levantados os factos, a pessoa que os levanta não precisa na hora trazer os elementos probatórios, ou porque estão evidentes e patentes a todos interlocutores, ou então porque ainda não se está em sede própria. O facto de não serem apresentados imediatamente, não significa que os elementos probatórios não existam.
Toda a critica social visa o bem e ela não deve ser exclusiva de uma única área do saber."

Este trecho é revelador de muita coisa. Posso admiti-lo de qualquer cientista social menos de um jurista que conhece os princípios gerais do direito e, em especial do direito penal.

O Jurista Custódio Duma, defensor dos direitos humanos está a dizer: lixe-se tudo o que aprendi em 5 anos de escola (acredito que é do grupo que fez o curso em 5 anos) lixem-se os princípios do direito penal, o jornal, o blog, a televisão são só para falarmos e não provar nada (mas desconhecemos se já promoveu alguma coisa às entidades competentes e mesmo que tenha promovido até trânsito em julgado da sentença todos aqueles a quem chama de pilhadores das nossas riquezas são INOCENTES) porque existe lugar próprio, que nos podemos refugiar no conforto do TODOS SABEM (mesmo que quem fala não tenha certeza de nada do que diz mas porque toda a gente diz...).

Sinceramente. Até que níveis caímos.

Unknown disse...

Ola, thanks pelo comment,

Realmente sou do grupo que fez o curso em 5 anos.
O meu juramento tanto como jurista, como advogado e ainda como defensor de direitos humanos foi de servir a justiça atraves do direito.
Deixo somente este recadinho pra ti: a prática forense (se um dia por ela decidires alinhar) mostrar-te-a o a veracidade do que disse no texto!
Festas felizes para ti e para tua familia

sempre

Custodio Duma

cerebro disse...

Hello

Companheiro da luta.
Gostei muito do texto. Foi 1 pouco de puxão de orelha aos críticos que só vê as coisas de lado deles.
Tenho acompanhado todos os artigos.
Ë 1 grande orgulho à LDH e a tda sociedade civil ter 1 Jurista, crítico, analista, político, religioso (k tanto background my god, é de invejar)que defende a causa humana com mta convicção.

Um grande abraço
Sucessos.

Unknown disse...

obrigado irmao
estamos juntos nessa, onde nem sempre somos percebidos!

festas felizes

Matsinhe disse...

Caro Custódio Duma,

infelizmente nunca nos cruzaremos nos corredores dos tribunais. Escolhi outra via de exercitar o espólio recém adquirido em 5 anos de curso.

Mais uma vez demonstra a sua incapacidade de argumentar seja o que for. Não rebateu nenhum dos meus pontos e remete a mais uma categoria genérica e generalizadora: "a prática forense".

Esta, a tal "a prática forense" não é nem deve ser um escudo para virmos a público dizer impropérios de um conjunto de pessoas. Parece que está a espera de ser processado por algum dos ministros para virar heroi do povo.

Já foi desafiado por muita gente a demonstrar argumentando como, na sua opinião, o Estado está sem património. O que fez até agora? Recomenda-me a "a prática forense".

Sinceramente...

Ao Saturado,

Vai se saturar quem exigir dele que argumente algo. Ele não tem capacidade. Vamos discutir quem somos, de onde viemos, o que fazemos antes do Saturado dizer algo com pés e cabeças.

Estou de volta a blogosfera, encontrar-nos-emos.

Para todos,

Acredito que hajam governantes corruptos ou que tenham, em algum momento, participado num acto que possa ser considerado corrupto nos termos da lei.

Acredito também que há governantes comprometidos com a causa do desenvolvimento do povo. Que dão muito de si por essa causa ouvindo, inclusive, o género de generalizações que muitas vezes vêm com críticos como o Dr. Duma.

Para mim o importante como já foi dito aqui não é vir dizer impropérios sobre o Governo que consideramos corrupto, é demonstrarmos como esse fenómeno ocorre (respondendo por exemplo às perguntas do Obed) é dizermos, no caso do Duma, como ocorre a pilhagem ou em que medida o Estado está sem património.

Boas festas a todos.

Matsinhe

Elísio Macamo disse...

caro custódio duma, através do blogue do prof. carlos serra tomei conhecimento deste comentário. através do mesmo blogue já tinha tomado conhecido de um texto da sua autoria publicado no canal de moçambique. publiquei um longo comentário no meu blogue a propósito do tratamento que o prof. serra deu a esse texto. achei grave que um grande académico como o prof. serra não tivesse tido o cuidado de chamar a sua atenção para aspectos bastante problemáticos no seu texto e que tivesse preferido promovê-lo como um exemplo de crítica social. eu tenho muita admiração por jovens como o custódio duma. pelo tipo de intervenção que faz, pelo tipo de assuntos que lhe interessam e pelo arrojo que tem na apresentação de suas ideias fico com a impressão de estar perante um tipo de jovem que ainda faz muita falta ao nosso país. consta-me também que é funcionário da liga de direitos humanos, algo que aumenta o meu apreço por si, pois a justiça não vai bem no nosso país e não será só pela boa vontade dos governantes que ela vai funcionar. é necessário que haja gente comprometida com os ideais da legalidade e suficientemente engajada para os defender publicamente. com o tipo de qualidades que o custódio duma tem, suponho que pudesse ter melhor remuneração e menos preocupações noutro tipo de emprego.
notei, ao ler este texto, que o custódio duma se sentiu ofendido pelo facto de eu ter considerado o seu texto de desabafo e denúncia. peço-lhe desculpas por isso. na verdade, a minha intenção não era de o ferir pessoalmente, nem estava a reagir directamente ao seu texto. eu estava preocupado - e continuo preocupado - em preservar o sentido que a noção de crítica social devia ter na nossa esfera pública. ao ler o seu texto não fiquei com a impressão de que ele tivesse sido fiel à ideia que tenho do que é a crítica social. achei o texto bastante emocional, e nisso, caro custódio duma, concordo consigo que há razões de sobra no nosso moçambique para que todos nós nos sintamos dessa maneira, mas também impreciso, fraco analiticamente e, até certo ponto, uma afronta aos padrões científicos do direito que é a sua profissão. nem por isso, contudo, teria interferido com o seu direito de se exprimir da maneira como melhor entender e em respeito pelas suas convicções políticas. preocupou-me, porém, que um texto tão obviamente fraco como o seu pudesse ser apresentado como um exemplo de crítica social. fiquei, creia, com dúvidas sérias sobre se a pessoa que faz isso o quer bem. foi por isso que reagi e tentei mostrar que há diferenças entre crítica social, de um lado, e desabafo ou denúncia, de outro.
sou de opinião que a natureza da nossa cultura política bem como a forma como o sistema político funciona em moçambique limitam, de certa forma, o espaço de articulação de crítica social. daí que não reste outra coisa a muitos de nós senão o desabafo. só que o desabafo, em minha opinião, é mau para o país e para o povo em nome de quem desabafamos por promover a ideia de que não interessa fundamentarmos as nossas conclusões, o único que interessa é que elas estejam de acordo com a nossa posição normativa. se tivéssimos discussões sobre essas posições normativas ainda podíamos dizer que a situação não é grave. mas não as temos. então, em última análise promovemos uma cultura de debate que não nos compromete com a discussão daquilo que realmente conta para o desenvolvimento do nosso país, nomeadamente semeamos a desconfiança e a denúncia como maneiras de estar no nosso mundo. eu não acredito que essa atitude seja útil para o nosso país. nem acredito que seja útil para sejam quais forem os propósitos que o custódio duma tem.
como pode ver, não se trata de impor os padrões de sociologia sobre o seu pensamento. conheço muitos jovens que se estão a iniciar ou já estão há muito na academia e que me consultam pedindo opinião sobre coisas da sua autoria. nunca interferi com as suas conclusões. o único que tenho feito em jeito de subsídio é convidá-los a reflectirem melhor sobre a forma como chegaram a essas conclusões. alguns acabam mesmo abandonado essas conclusões, mas fazem-no por vontade própria e com grande sensação de emancipação. eles sentem-se livres da tirania de conclusões que o coração quer impor ao seu próprio juízo. por isso, não posso concordar consigo quando reaje à minha crítica (e a de outros) com o argumento segundo o qual o direito e a sociologia seriam áreas distintas. são distintas, mas ambas assentam em formas de raciocinar que partilham o compromisso com a lógica e com a isenção. penso que a esse nível podemos ter boas discussões, mesmo se ao nível de orientação política ou normativa não estejamos sobre o mesmo cumprimento de onda.
caro custódio duma, o nosso país precisa de pessoas como você e como eu, isto é, pessoas que sentem um compromisso com a terra e que, por causa disso, têm um investimento especial na qualidade da nossa esfera pública. o seu empenho, a sua criatividade e o forte interesse que parece ter na discussão de ideias colocam-no numa posição bastante previlegiada. não deite tudo isso a perder só porque gente que não lhe quer bem o quer catapultar para patamares que estarão mais facilmente ao seu alcance se se comprometer com o rigor analítico em virtude de um texto que poderia ter sido muito melhor. para coisas boas e coisas más há sempre alguém a bater palmas, por isso eu, pessoalmente, detenho-me muito pouco sobre isso. eu também quero o melhor para o país, mas por muito bonita que for a conclusão a que eu chegar se ela não satisfizer os padrões analíticos que eu próprio me impuz, jogo-a fora. doi só noprincípio, mas com o andar do tempo a pessoa habitua-se.
a seita da sociologia a qual eu pertenço não tem existência formal, mas tem um número crescente de membros. o que nos une é apenas um sentido muito forte de auto-crítica que nos obriga a investir mais tempo no método do que na conclusão. eu acho que o custódio duma havia de se sentir muito bem entre nós. junte-se-nos! eu prometo-lhe que nunca lhe vou obrigar a alterar as suas conclusões. vou trabalhar consigo para o ajudar a fundamentar melhor as suas conclusões ou, no caso de isso não ser possível, a gerir a necessidade de se afastar da conclusão. gostaria também de poder contar com a sua ajuda para algumas das minhas conclusões apressadas. noto que admira garvey. pois bem, tive contacto com o pensamento de gente como garvey, blyden, crummel e, porque não, du bois nas minhas andanças pela história do pensamento. é gente incrível por aquilo que foi capaz de alcançar. essa gente passou pelo pior e mesmo assim conseguiu manter uma frieza de espírito que foi fundamental para todo o processo de emancipação do continente africano. sentirmos orgulho por sermos seus descendentes não é suficiente. temos que merecer essa descendência. acho que a merecemos mais ainda se emularmos o espírito crítico que eles cultivaram.
boas festas!

Anónimo disse...

Caro Gonçalves Matsinhe


Desculpe-me em dizer que não compreendi a quem propuseste que eu fosse saturar (mas se saturo e a quem é quem, eu não sei, porque para eu ser saturado é por ter sido saturado), entretanto, quero te dizer que com o exemplo de Mandela (é isto que não tem cabeça para ti?), quis eu dizer que nem todos os julgados e condenados são criminosos assim como nem todos os criminosos são julgados e condenados. E para já te digo que tanto tu como muitos juristas são defensores de regimes, não sendo por acaso que não condenas/condenam crimes mesmo que flagrantes, suplinho FLAGRANTES. Os responsáveis pelo regime do apartheid vão morrendo sem alguma vez terem sido julgados e condenados por algum tribunal e porque não falar do caso Joana Simeão que se recusa dar certidão de óbito pelo tribunal de Inhambane? Não é isso meu caro jurista Gonçalves? O pior de tudo e o que aflige a quem não não alberga o salva criminosos pela janela da lei, como eu, é de a maior parte dos criminosos nunca chegar a ser julgada e condenada e isso os criminosos de colarinho branco. Ao contrário, eu sinto ser fácil julgar e condenar a quem luta pela justiça. E o Gonçalves, jurista, vai ainda pedir-me prova e argumento? Provas de condenados e criminosos não condenados, dar-te-ei muitas, mas teoria do Direito que faz escapar os pior criminosos que não me peças porque não estudei o Direito.


A tua exigência a argumentos e provas (ao que TU consideras de argumento) não é nova para mim. Lembro-me de lá onde discutímos, repito lá onde discutímos, no Moçambique para todos, e, que eu fiz esforço de enviar um e-mail para o teu primo, para provar o que negastes. Infelizmente nem aquilo que algo nos exige – confirmação da recepção de uma carta – fizestes. Sempre que se provar o que se nega, o método de continuar a negar é não confirmar a recepção da mensagem que prova (ehehehehé).


E falámos sempre de delapidações do PATRIMÓNIO DO ESTADO e enriquecimentos ilícitos onde a tua posição sempre foi a mesma a que apresentas aqui. Recusas(?) das suas existências e dos exemplos de provas da sua existência, queres mais provas e mais argumentos com certeza que te beneficiam. Mas em defesa de quê, de quem e até quando? Esta é a pergunta. Para mim, recusar não consiste apenas em afirmar que não se concorda com isto e aquilo. Se eu perguntar-te se tu não sabes que havia muitas casas do estado (património do estado) até nos fins dos anos 80 e princípios de 90 e hoje elas são dos membros da Frelimo, teu partido, ainda quererás a lista deles, não é? Se eu disser que as casas do Estado fora pelos frelimianos ou pela Frelimo vais querer provas, mas mando-te para Beira onde até os juristas se mostram falhados. Sim, isto é um jogo aliado ao tempo. Tu e outros, incluindo os novos chefes de escravos em Moamba, isto é esclavagistas se sentem com o direito de condenarem a quem defende DIREITOS HUMANOS. Talvez me perguntes quem são esclavagistas? Mas em que defendéis? E transcrevo aqui o vosso conceito, inteiramente publicado por vós no Mocambique para todos: “Tanto quanto a política, o mundo de negócios não é feito de santidades...” presumo que dirás que não foste tu a afirmar isso, mas foi alguém do teu grupo e tu não disseste o contrário, nem exigiste argumentos e provas como exiges a quem defende direito humanos, a quem luta contra a exploração do homem pelo homem, contra esclavagismo, contra roubalheiras, contra corrupção, contra tantos males sem explicação de existirem, ehehehehé.


E, NÃO É mais generalização em afirmar que acredita que há corrupção (ehehehe, NOS TERMOS DA LEI, isso que me mete muito medo, porque desvio de fundos do estado já não se considera crime, já vimos isso, não é verdade? Quer um exemplo ou muitos?) e honestos? Vamos apenas acreditar na generalidade, não é verdade? Mas também o que eu gostaria, era saber se há impunidade ou não, nem que seja dum modo geral.

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Sobre os teus ídoles, Gonsalves (e os demais):


Gosto de acompanhar do que se passa em todo Mocambique para discutir no imensis, Alguma coisa tem me preocupado, Gonçalves, e, isso é a maneira de nunca quereres manifestar que pensas sozinho sem apoio dos teus ídoles a que nos obrigas a serem acrticamente nossos. Claro, é possível que os teus ídoles não requeiram a serem nossos. Mas definitivamente e por minha escolha, eles não são meus ídoles, embora os respeite e gostasse que fossem meus. Por esse respeito nem quero entrar em detalhes sobre essa coisa de ídoles. A minha sugestão é que entrássemos em discussões sem ídoles porque sinto que isso seja a forma de se fugir pelo que se diz. Pelo que estudámos, claro, vimos e falámos muito de tantos velhacos e seus pensamentos, mas que seria muitíssimo estranho se os metessemos em debates ou criticas nacionais, pior ainda em conversas familiares e de amigos, pura e simplesmente para mostrarmo-nos que conhecemos velhacos grecos, romanos, da babilónia, alemãos, etc. O que é que Nipepe, Chicualacuala, Mecufi, Nicuadala, etc tem como entraves de desenvolvimento?... Acho ser mau confundir-se debate e crítica de metodologia de investigação ou para claramente dizer, de tese de defesa. Algumas vezes eu sou criticado pelos meus longos textos em debates e antes por meter velhacos (cientistas). Isso de velhacos combati com sucesso, mas aceito que tenho dificuldades de encurtar textos, mas devia fazê-lo porque escrevo para leitores e não só para mim.

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Os que negam sobre a questão de património e a todos,


Noé Nhantumbo publicou ontem (19.12.07), no Canal de Mocambique, algo sobre este assunto. Como reagem?


Caro Obed, eu tomei apenas a minha liberdade de dizer ao que quis dizer a Gonçalves e muito mais porque o assunto é do mesmo carácter dos anteriores. Não costumo ter tempo de fazer assunto que é antigo de um novo. Talvez seja meu defeito, mas prontos. __________________________________________________________________________


Compatriotas, podem-se dar mil e um exemplos de delapidacões do património estatal, enriquecimentos e enriquecidos duvidosos e ilícitos, de fraudes, etc, que deviam ser ou terem sido investigados, julgados e condenados, todos os senhores “argumentistas” dirão: argumentem mais, provem mais, como se é um argumento que faz com que algo seja facto ou mito. A maior chatice em debates deste tipo, é a falta de moderador que exija respostas de perguntas suas e de cada participante nele. A outra chatice é que quando há exemplos os argumentistas desaparecem. A título de exemplo a discussão mais viva como esta sobre Procurador-Geral da República, e muito em particular para sabermos se tirou-se algum dinheiro ou não dos cofres do Estado, para qual destino, se é legal e JUSTO que assim se proceda, os nossos que precisam de exemplos concretos já lá não aparecem. Não é, claro, que se exija aos participantes de debates que comentem em todos posts, mas em assuntos relacionados ao menos, porque a animosidade deve-se à identificação ou à sua falta pela luta de protecção do bem-comum, enquadrando isto numa justiça social. Há sentimento, eu também tenho o mesmo, que o importante para os poderosos é de neste momento criar CASTAS em Moçambique (pelo menos duas), uma, a dos apróximos ao poder que deve ser a dos ricos, donos de tudo, a empresarial ou a dos burgueses nacionais, as dos burocratas com o direito à carreira profissional (ehehehe, Manuel Tomé até disse publicamente – os frelimianos), passando por vias sem moral nem ética. A outra, a dos que não pertence ao poder, a condenada à pobreza, a excluída e por cima humilhada. É excluida ao direito de usufruir os bens comuns, o Estado Moçambicano que está sendo partidarizado (quer ó Gonçalvelves saber? Ajudo-te, mas tb te peço ajuda de constituição de Estado de Direito em Moçambique). As vozes que clamam sobre isto são MUITAS e é a maioria apesar de existência de uns pastores da burguesia nacional.


Bom Natal

Saturado

Anónimo disse...

achincalha uma pessoa na praça publica, com todo o gosto e depois pede desculpa pede desculpa e insulta depois para que servem as tais desculpas então? porque nao ataca os professores que formaram o jovem Duma? a corda solta sempre do lado do mais fraco. o insulto deles é critica!!! quanto exibicionismo?